"A geração do novo na história, dá-se freqüentemente de modo imperceptível para os contemporâneos, já que suas sementes começam a se impor quando ainda o velho é quantitativamente dominante. É exatamente por isso que a “qualidade” do novo pode passar despercebida." (Milton Santos).

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Matemática: A beleza em forma de números


Para uma grande número de pessoas, a Matemática é um bicho de sete cabeças. Meu filho uma vez se referiu a ela como "coisa do cão" e é comumente tida como uma disciplina abstrata, ligada essencialmente ao mundo das ideias e, por isso, fechada a análises sociais.
Para uns poucos, e aqui me incluo, a matemática é uma filosofia, pois a  Filosofia sempre foi uma espécie de "Noções Unidas" do saber e do agir (ciência, política, artes etc.), uma arena livre onde membros desses vários tipos de atividades podem se encontrar e discutir os problemas mais gerais que envolvem a todos. O necessário para incluir a Matemática neste debate é se despir dos preconceitos, quebrar paradigmas, abrir os olhos e enxergar a matemática de forma aberta independentemente dos dogmas ou ceticismo.


A História da Matemática é envolta em mistérios e muito se deve à impossibilidade de se precisar com certeza sua origem. 
Por outro lado, sabe-se que, entre os filósofos clássicos, o pensamento matemático já era bem estudado e difundido. 

Aristóteles, Sócrates, Platão, Tales, Euclides e Pitágoras são alguns desses grandes nomes que colaboraram para o desenvolvimento dos estudos matemáticos, principalmente no campo da lógica e da geometria.


Para Pitágoras, os números governavam o mundo e toda a natureza podia ser representada por números. Esse era o lema dos pitagóricos, uma vez que consideravam a aritmética como chave do conhecimento.

A beleza em forma de números


Os gregos antigos que se deliciaram com seu teatro de comédia ou sofriam com suas tragédias são os mesmos que discutiam conceitos relacionados às ciências, eles não se destacam apenas com suas belas construções, também são dignas de admiração as suas esculturas e principalmente sua ciência. O formato de muitas das construções gregas não constituem um mero acaso, sua arquitetura com linhas harmoniosas, agradáveis á vista e bonitas são o resultado da aplicação da proporção áurea*, muito bem conhecida por eles. A civilização da Grécia antiga parece ter encontrado, além do caminho para a sabedoria e para a razão, a fórmula para a busca da beleza. 

Foi Pitágoras quem descobriu que o pentagrama estava repleto de matemática. A razão dos seguimentos de reta que forma o pentagrama sempre tem como resultado o número áureo, e é por isso que este símbolo passou a expressar a divina proporção e também se tornou o símbolo da beleza e da perfeição, ambos associados à deusa da beleza. O fato é que traçando as diagonais dessa figura, obtemos o pentagrama ou a estrela de cinco pontas, suas intersecções determinam um novo pentagrama em seu centro. O processo pode ser repetido infinitas vezes e as proporções sempre continuam as mesmas. Trata-se de uma propriedade fascinante.

Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci

 O homem, em muitas ocasiões, tem buscado o ideal da perfeição nas linguagens artísticas. 
  • A altura do corpo humano e a medida do umbigo até o chão.
  • A altura do crânio e a medida da mandíbula até o alto da cabeça.
  • A medida da cintura até a cabeça e o tamanho do tórax.
  • A medida do ombro à ponta do dedo e a medida do cotovelo à ponta do dedo.
  • O tamanho dos dedos e a medida da dobra central até a ponta.
  • A medida da dobra central até a ponta dividido e da segunda dobra até a ponta.

É com os números que conseguimos definir e mapear as mais improváveis definições de beleza mesmo no corpo humano.
Essas proporções anatômicas ideais foram representadas pelo "Homem Vitruviano", obra de Leonardo Da Vinci.


A música e os números de Fibonacci 


  Outro matemático que estudou a proporção áurea e consequentemente o número phi cujo próprio nome originou-se dele, foi Leonardo de Pisa que nasceu em Pisa (1175-1250), que também era conhecido como Leonardo Fibonacci.
Pitágoras conseguiu encontrar um número ou uma razão r correspondente ao intervalo de um semitom que após multiplicar 12 vezes uma frequência inicial correspondente a uma determinada nota, atingisse a sua oitava que significa o dobro da frequência inicial, ou melhor, adotar uma escala com doze semitons igualmente distribuída pela oitava. A esta nova escala foi dado o nome de escala temperada. A criação da escala temperada foi um dos fatores responsáveis pelo grande progresso na estética musical não só pela versatilidade de execução da música, mas talvez por está conforme a proporção secreta usada pelos artistas da Grécia, possuindo assim uma relação entre as frequências musicais e o número de Fibonacci. 
Alguns instrumentos musicais como o famoso violino Stradivarios tem sua construção baseada no número de ouro ou na proporção áurea.  

É a Matemática e as ideias de proporção e simetria aplicadas à concepção da beleza humana e artística.


Proporção áurea, número de ouro, número áureo, secção áurea, proporção de ouro é uma constante real algébrica irracional denotada pela letra grega \phi (PHI),   em homenagem ao escultor Phideas (Fídias), que a teria utilizado para conceber o Parthenon, e com o valor arredondado a três casas decimais de 1,618. (não confundir com o número Pi \pi),
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Propor%C3%A7%C3%A3o_%C3%A1urea)


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